quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Quadrinauta #1 - Admirável Demônio Novo




Salve, salve Camaradinhas!!
Inicio o post de hoje com o meu tema favorito: Quadrinhos. A obra escolhida é o arco Diabo da Guarda do Demolidor.

Por que escolhi essa série?
Não só pela história fantástica, mas pela sua importância na parte editorial da Marvel. Recentemente, a Marvel anunciou que Axel Alonso será o novo editor-chefe da editora, pondo fim a controversa era Joe Quesada (que ainda continua sendo o fodão da Casa das ideias, ocupando o cargo de diretor criativo). Diabo da Guarda foi o primeiro passo para a ascensão de Quesada rumo ao comando da Marvel. Foi a partir dessa reformulação do Demolidor (que já vinha a um bom tempo sofrendo com roteiros medíocres) que surgiu o selo Marvel Knights.
Marvel Knights, voltado para tramas mais maduras, representou um bom sopro criativo na Marvel, que na época estava com os dois pés na falência. Algumas obras alcançaram boa aprovação do público e crítica como o reformulado Justiceiro de Garth Ennis e Steve Dillon (mesma dupla criativa de Preacher), Capitão América de John Ney Rieber e do excelente John Cassaday e Quarteto Fantástico 1 2 3 4 de Grant Morrison e Jae Lee. O sucesso do selo e as boas vendas catapultaram Quesada à editoria-chefe da Marvel, cargo que ocupou por cerca de dez anos.


Nos anos 80, Frank Miller tirou o Demolidor do time dos heróis B e o tornou um dos melhores personagens da década. Após sua saída, no aclamado arco A Queda de Murdock, o homem sem medo oscilou entre hqs boas e medianas. No final dos anos 90, quando a maioria dos títulos da Marvel estava em péssima fase, o Demolidor também entrou no rolo com histórias que nem de longe lembravam as tramas clássicas. Depois disso, restava apenas o cancelamento.
Tudo começou a mudar quando o cineasta Kevin Smith se uniu ao já citado Quesada e ao arte-finalista Jimmy Palmiotti para reformular o Homem sem Medo.


















Smith, além de criar uma história envolvente, escreve
diálogos muito bons. É só conferir a conversa entre Demolidor e a Víuva Negra na segunda parte. Também destaco uma cena em que o Doutor Estranho invoca o Mephisto. As falas do demônio para o herói são de arrepiar. Sobre a arte, Quesada e Palmiotti mandam muito bem. Os desenhos complementam bem o texto, sem querer se destacar mais do que o roteiro. As cenas de ação estão bem detalhadas, assim como os enquadramentos e os closes. Destaco os belos desenhos da Viúva Negra.

A trama foca em algo não muito explorado por roteiristas: a religião.
Matt está se confessando para um padre quando ouve os batimentos cardíacos de uma garota em fuga com seu filho. Demolidor consegue impedir os perseguidores, mas não encontra a moça. Inesperadamente, a adolescente reaparece e entrega seu bebê a Murdock, dizendo que ele é o novo messias. Em seguida, o líder de uma organização alega que a criança é o anti-cristo e que teria poder para destruir a vida de seu guardião. Após isso, a vida do Demolidor entra em colapso, sua namorada Karen Page descobre que é aidética e o amigo Foggy Nelson é preso. Matt tem um dilema: matar a criança ou salvá-la.


Não dá pra detalhar mais a trama, pois corro risco de soltar os indesejáveis spoilers. O q
ue dá pra adiantar é que a identidade do vilão por trás de tudo é bastante surpreendente. O curioso é que a trama é tão bem amarrada que, quando você reler a história, vai achar algumas pistas que apontavam para o vilão. Kevin usa vários elementos clássicos das aventuras do Demolidor. Além de Karen Page e Foggy Nelson, também há participações da antiga paixão Viúva Negra, do Homem-Aranha e da irmã Maggie, a mãe do herói. Quem também dá as caras é o arqui-inimigo Mercenário. O confonto dos dois é intenso e termina de forma trágica, com a morte de Karen.

É uma história recomendada tanto para leitores veteranos e também par
a os novatos. Diabo da Guarda foi publicada nas edições 1 a 6 de Marvel 2000 da Editora Abril e foi republicada em um encadernado pela Panini.
A versão da Abril, apesar do formatinho, tem uma tradução melhor, com um texto mais forte e algumas vezes mais irônico.

A edição da Panini é caprichada, possui formato americano, papel especial e tem como bônus as capas originais e uma história curta desenhada por vários artistas.

Se encontrá-la perdida em algum sebo, seja a versão da Abril ou a da Panini, compre sem medo.

Por enquanto é só. Continuem lendo quadrinhos!!!
Valeu e até a próxima, Camaradinhas...

Um comentário:

  1. O gorducho do Quesada detona! E esse plot é meio Hellblazer, não? De qualquer modo, EXIJO isso aí emprestado, hehe!

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