sábado, 22 de janeiro de 2011

Quadrinauta #3 - O bom, o mau e a virgem

Salve, salve amigos

Continuando a tirar a poeira das hqs e contribuindo para o vício em naftaina, vamos para mais uma resenha pseudo-crítica analítica.
Hoje, vamos variar um pouco e sair do manjado feijão com arroz (também conhecido como Marvel e DC). A edição escolhida é a Graphic Blanche Epifany.


Essa edição foi lançada numa das melhores épocas dos quadrinhos no Brasil. Entre o final dos anos 80 e início da década de 90, haviam hqs para todos os gostos nas bancas brasileiras. A Abril deu tacada de mestre ao lançar a série Graphic Novel, em que eram publicadas histórias fechadas e de qualidade com formato magazine, papel especial e lançada em bancas.
Neste título passaram uma diversidade de personagens, do Demolidor a Blueberry, quadrinistas de Moebius a Will Eisner e temas que iam de futuros apocalípticos a mitologia nórdica.
A edição 19 foi a primeira com uma história francesa: Blanche Epifany.Originalmente lançada na década de 60 (publicada em terras tupiniquins em maio de 1990) foi criada pelo roteirista Jacques Lob e pelo desenhista Georges Pichard.
O grande destaque são os belos desenhos de Pichard, seguindo um estilo art-noveau, apresentando mulheres boazudas e marmanjos caricatos.Por outro lado, o roteiro é divertido e maluco, com personagens bastante carismáticos. Os elementos principais podem ser clichês (a mocinha sofredora, o herói valente e um vilão cruel) mas a trama é tão bem construída, que brinca com esses conceitos.Aliás, o texto é um show a parte, com falas bem canastrônicas, como as do Defensor:"Eu sou o Defensor, o Anjo Negro, e represento a justiça, a inteligência e a força,a serviçodo coração e da virtude."
Mais Chapolin, impossível...
Outra coisa bem legal são os quadros pretos de recordatórios, que possuem texto parecido com os de filmes da década de 20:
A história começa quando a virgem e inocente Blanche (que é a cara da deliciosa Bridget Bardot) resiste ao assédio de seu chefe, o cruel banqueiro Adolfo.
Enquanto defende sua inviolável virgindade, Blanche come o pão que o diabo amassou: tem as roupas rasgadas, é acusada de roubo, é presa, raptada e acaba sendo comprada por um príncipe árabe.
Para protegê-la, conta apenas com o destemido e canastrônico Defensor, sempre acompanhado de sua fiel bicicleta.
Blanche Epifany mostra que uma boa história não precisa de super-caras bombados, vilões cósmicos e tramas cabulosas. Basta ter um monte de minas gostosas.



O Ministério Psicocada recomenda esta edição!!!Então baixe logo, catzo!!!

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